UM OLHAR CABOVERDIANO

Friday, August 12, 2005

EDUCAÇÃO ESCOLAR

EDUCAÇÃO ESCOLAR
O território escolar é atravessado por uma relação de poder que determina as relações vivenciadas entre alunos, professores e direção. Essa relação pode se pautar numa postura de dominação ou dialógica. Porém, cabe ao professor, autoridade didático-pedagógico, definir o tipo de relacionamento, ou seja, se opta pela dominação, pela imposição de uma verdade, ou pela orientação do conteúdo escolar. Entretanto, no contexto atual de projeto educacional pautado no neoliberalismo, que visa implantar definitivamente o cientifismo e a racionalidade prática, visando a cidadania passiva, nota-se a solidificação de uma pedagogia tecnicista que transforma a escola numa fábrica de ensino, em vez de permitir e possibilitar movimentos que geram a abertura a manifestações culturais diversificadas.
A nosso ver, a escola é um lugar de convivência e interpenetração sociocultural, que fabrica identidades hibridizatórias, na medida em que propicia a reflexão das culturas urbanas, uma vez que os hábitos, costumes, valores e crenças se revelam nas interações em sala de aula. Nesta ótica, Paulo Freire, nos diz que, nada se pode temer da educação quando se ama. Sendo assim, é o sentimento de amor pela educação que leva o professor a optar pelo diálogo e partilha; a fazer da escola um espaço onde se vive a liberdade, a felicidade de estar ali e de crescer rumo a um mundo mais humano.
Neste sentido, o professor coordena uma equipe, preparando o espaço para a transformação do homem. Mas, é pelo diálogo que a escola garante a qualificação profissional, o desenvolvimento das habilidades e competências; novas oportunidades de trabalho na área de formação, além do retorno financeiro. No entanto, entendemos que o dialogo só existe quando as partes estão no mesmo plano. Por outro lado, não denominamos de diálogo quando professor assume uma postura autoritária e hegemônica, desejando que o aluno aceite seus argumentos.
Aqui, afirma-se, que o diálogo é uma atitude de respeito e humildade, admitindo ter que mudar de opinião ou assumir uma postura diferente da que defendia. Diálogo supõe uma relação intersubjetiva e, não imposição da vontade pessoal, sem escutar o que o educando pensa a respeito dos conteúdos. Deste modo, o educador deve garantir oportunidade ao aluno de expressar suas opiniões, idéias e valores, para em seguida, ajudar o educando a clarear as idéias e a integrar os conhecimentos, propiciando uma visão ampla da cultura humana.

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